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Cartas da Companhia Artística da Luz Divina : Especial Semana de Santa Rita de Cássia : "A santa que me salvava em silêncio, mas, ninguém acredita."

  • Paula Carolina
  • 23 de mai.
  • 2 min de leitura

Ninguém acredita.

Ninguém.

Se eu disser que fui e que ainda sou devoto de Santa Rita de Cássia vão rir, vão duvidar, vão falar que não sou eu e que estou debochando.

Por que? Porque o personagem que eu criei em vida grita mais alto do que as orações que eu fazia em silêncio.


Mas é verdade.

Quando a barra pesava, quando o peito doía, quando a cama virava abismo, quando o medo da morte me dominava e o palco era prisão, era com ela que eu falava.

A santa dos casos impossíveis,

A santa das causas perdidas,

A santa da esperança invisível.

Eu me via nela: porque eu também era um caso impossível.


O personagem que criei foi minha armadura mas também foi minha maldição.

Ele me deu voz mas também me calou e sufocou minha essência.

Me libertou do armário mas me trancou em outra caixa.

Fazia o povo cantar comigo, mas, me impedia de ajoelhar-me sem parecer piada.


Mas eu ajoelhei.

Ajoelhei com febre, com medo, com lágrimas.

Ajoelhei porque lá no fundo, minha alma ainda queria ser menino no colo da fé.

E foi no altar invisível da minha solidão que eu vi Santa Rita de Cássia me olhando.

E não com julgamento que eu recebia de todo mundo mas com os olhos de uma mãe que entende o filho rebelde.


Se hoje posso falar isso, é porque, aqui, desse outro lado da vida, o personagem caiu.

Agora sou só eu: esse espírito livre, depois de muitos anos.

E posso dizer sem vergonha e sem culpa: Santa Rita me salva até hoje.


Então, se um cover me homenageia e reza antes de cantar, eu sorrio, eu abençõo aquela apresentação e faço de tudo para que ele não caia nas mesmas armadilhas que eu caí.


Se uma alma ferida escuta minhas letras e depois pede ajuda seja à ela ou à qualquer força da luz divina, eu agradeço.


Porque talvez, no fundo, minha devoção continue agindo nas entrelinhas, ainda que poucos acreditem nela. O importante é que essa devoção é real e habita em mim.


Assinado,

Esse espírito livre agora mais perto da luz divina do que quando estava no palco.


Por Paula Carolina,

23/05/2025.

 
 
 

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