QUANDO O SAGRADO VIRA SURTO: um texto reflexivo em tom de alerta, nas palavras de quem já consagrou várias vezes medicinas da floresta, mas, agora está dando um tempo...
- Paula Carolina
- 3 de jul.
- 3 min de leitura
Nestes últimos dias, o Brasil tem acompanhado o caso da influenciadora que teve um surto de psicose religiosa, após usar várias medicinas da floresta em curto espaço de tempo, inclusive ayahuasca.
Este episódio atravessa o país mesclando julgamentos, preocupações e até memes, mas, eu não vou falar especificamente dessa influencer, até porque, eu não a conhecia, e, vim conhecer somente agora, assistindo aos vídeos da situação. Vou falar de uma forma geral:
Aqui, é um alerta coletivo sobre os perigos de buscar transcendência sem estrutura interna, sem preparação energética, sem limites, e, principalmente, sem discernimento.
Não estou dizendo que foi o caso dela, pois, repito: estarei falando aqui DE FORMA GERAL.
Pois bem, eu mesma já consagrei ayahuasca cinco vezes em momentos importantes da minha vida, e, essa medicina me trouxe compreensões profundas e reconfiguração da alma.
Contudo, eu tenho PLENA CONSCIÊNCIA de que se eu não tivesse feito algumas formações que fiz, dentre elas principalmente psicoterapia reencarnacionista, apometria e thetahealing, eu talvez poderia ter surtado, pois, tudo vem ao mesmo tempo de informação, e, graças aos estudos que tive, eu consegui compreender com mais clareza, o que a medicina me mostrou.
Minha vivência de vida também me auxiliou nessa compreensão.
Ademais, em todas as vezes, houve guiança espiritual, intenção limpa para que a medicina me mostrasse o que eu estivesse em merecimento, e, dentro de um espaço consagrado devidamente protegido.
Hoje, eu não sinto mais que minha conexão com o divino depende de algum tipo de enteógeno, mas, sim, da escuta silenciosa da intuição, da presença amorosa no cotidiano e da responsabilidade com aqueles que me cercam, e, muito disso foi a própria ayahuasca que me trouxe à consciência.
Então, não é a ayahuasca nem as medicinas da floresta que são o problema. O problema é o uso egóico, sem preparo e sem raízes espirituais firmes.
O problema também é a pressa por “se conectar com Deus” sem antes acolher as próprias sombras.
O problema é ainda misturar medicinas com substâncias “recreativas” e chamar de “ritual”, coisa que muita gente faz.
Romantizar surtos como se fossem visões, quando na verdade são rompimentos do Eu, por alguma pré-disposição psíquica ou influência espiriual negativa por falta de preparo e proteção, que acabou por entrar no campo energético, é um perigo!
A espiritualidade não é espetáculo e nem fuga: ela é construção! E, mais do que abrir portais, precisamos saber fechá-los, quando for necessário.
Eu desejo de todo coração que o caso dessa influencer não seja motivo de escárnio, mas, sim, de uma profunda reflexão coletiva, para que cada um de nós saiba discernir entre o chamado de alma, o apelo do ego e a pré-disposição à adoecimento psíquico.
O chamado da alma:
É sereno mesmo quando é intenso.
Tem propósito, não pressa.
Está alinhado com sua verdade mais profunda, mesmo que contrarie o que esperam de você.
Vem com coragem mas ao mesmo tempo com paz.
Te faz crescer, ainda que doa.
Nunca te força, apenas convida.
Te faz amplificar seu senso de coletividade, não o senso de que você é melhor do que os outros.
O apelo do Ego:
É ansioso, barulhento e imediatista.
Quer tudo agora, sem passar pelos processos de cura das sombras.
Busca reconhecimento externo, não realização pessoal.
Se alimenta de aprovação externa.
É impulsivo, e, muitas vezes reativo.
Pode parecer espiritual mas, te esgota.
Está mais preocupado com se mostrar para os outros do que com o que vai se tornar.
Pode ter discurso de que é melhor que os outros;
Pode te afastar do convívio social e dos enlaces com outras pessoas que você precisa ajustar durante a encarnação.
O chamado da alma nos contrói como pessoas melhores no Todo. O apelo do Ego nos consome e nos faz esquecer que somos todos um, e, que juntos somos mais fortes.
Dito tudo isso, finalizo dizendo que medicina da floresta alguma é entretenimento, elas merecem um profundo respeito. E, nem toda porta aberta realmente conduz à luz divina.
E você, já passou por algo parecido?
Já consagrou alguma medicina da floresta? Como foi para você?
Deixa aqui nos comentários que vou adorar conversar com vocês sobre isso!
Com amor e compaixão,
Paula Carolina
FTHBR 44.531
Postado no instagram em 01/07/2025.
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